sexta-feira

libelo das grades desalinhavadas

para Simone Souza

sou o menino atrás do portão de ferro
ainda estou lá
travado


é ele quem me crava os dentes
que encrava este doído dormente
escravo


o mundo passa na minha frente
em puro desdém por mim
mas tudo gravo


é com as puídas unhas dele
que escavo

e me realinhavo

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