sábado

evolado




o verso aberto
não quer preencher nada
ejacula-se incerto

amante fartado
como arame farpado

dói e se doa liberto

quarta-feira

fogos e vinho


minha mãe é meu verso
à sombra da goiabeira
o tempo em redemunho

meu pai arredonda o tanino
põe poesia no rumo
deste lugar de dor no universo

com eles, os janeiros que passam
são só rascunho
prólogos em desalinho

festejo mesmo os fevereiros
como sonham os junhos
desejosos de fogos e vinho

o que somam os janeiros
não me dezembram
continuo filho menino