sábado

Noite de sol



bela e quente 
seu sangue samba insinuância
bebe becos come cortiços
elegantemente

a cachaça na tumidez da pele negra
lustra a taça dos seios já ouriços
o suor escorre e esguelha a cintura nas mãos
torneia e voluma monteadas coxas

no ranço da sinuosa dança
vibra a virilha às vísceras

alheios em meio à carniça
ao bramido do temporal
tremem nossos corpos e almas
no raio no gozo em lança maciça

febril
fevereiro ferve
noite de sol em seus lábios

Manhã de Janeiro




frescor campeiro 
brisa leve pelos poros 
primeiro arrepio de pele do seu bem-avindo amor 

você avoluma nuvens ao seu relevo 
inspira o sol joalheiro de orvalhos 
você 
flor serenada em manhã de Janeiro 

abranda os olhos 
liberta o coração 
e volta ao vento

segunda-feira

O belo invisível

 





desafia
fascina o poeta
como os olhos, pura poesia
que se declama se exubera
secreta