Para Seu Tonim, na provocação de Roberto Lima
o som preciso da afiada tesoura
desejo de cós sem
presilhas
sem dedais para alinhavar na bainha dos olhos
o que a lua prateia e o sol doura
a palavra corte - mesmo que cerzidamente escrita - nunca
cicatriza
ainda há de ser a unha comprida e dura
marcar no tecido do tempo
suave giz a desenhar por onde a vida fere
a suja mão
italiana rouba
a luxúria
vaticana agoura
não há liberdade na mascara no molde
e por mais que isso revolte
sim
hoje o sonho está preso
8 comentários:
Ô minino! Quer fazer o favor de não parar de escrever esses poemas lindos?!
A tesoura... Onde está? Ela é sua por direito, brasão, anel e herança. Se bem que aprendeu a cozer palavras... Cerzir tramas, alinhavar destinos. Que herança mais espetacular dada em vida e no sangue?
Continue bordando a vida!
Ah, quantas doces lembranças da menina do interior que fui! Cós, presilhas, vincos, giz...o alfaiate da cidade, a poesia já ali presente, esperando ser colhida por olhares como o teu.
Beijos,
Essa mão é italiana e franciscana também. Grande mestre, esse outro Tototca, que nos ensinou os segredos da perfeita costura das partes. Abraço, mano. Ótimo poema!
exercício de costura do tempo
abraço
ô Rogério, nossa
obrigado
esta sensível arquitetura veio dele sim... e por ele continuo
abração
Tânia
este olhar é dele
ainda em meus olhos
abs mana
Bispo, meu velho
vc conhece nossa história
a despeito dos generais
as mãos de meu pai sempre foram franciscanas mesmo
abração mano
Assis
só o tempo para desalinhavar conturando rsrs
abração
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