nesta tua capela absoluta
(disso nada se desfaz
nada se desata)
vais no teu tempo que se rebela
já não escuta
- e a tua rosa papel machê?
respondas agora
digas ao papel pardo
(um nada que fica e que tudo arde)
por que?
por que tu te vais na chuva?
- e eu que nem teu poema pude dizer!
caprichosa em bela mascara
respondas
é tarde?
não sei se responderias
sim
é tarde para esta gota precipitada a borrar a palavra - ainda não poesia
mesmo sem saber
dei a ti (a mim)
cada colorida pétala
(de textura dolorosa!)
suspiro ao vento vácuo
tua pele
tua fala
teu buquê
como noite que desespera a entrega do sol
é delicado ver-te rosa
mas és filme árduo
de lamentos longos e sem lágrima
és minha prosa macerada
de jardineiro morto
é delicado ver-te flor
mas és tristeza profunda
de uma fé que emburreceu
- pra que, meu amor?
(por favor
não te desfaças na chuva!)
como noite que desespera a entrega do sol
é delicado ver-te rosa
mas és filme árduo
de lamentos longos e sem lágrima
és minha prosa macerada
de jardineiro morto
é delicado ver-te flor
mas és tristeza profunda
de uma fé que emburreceu
- pra que, meu amor?
(por favor
não te desfaças na chuva!)
7 comentários:
pra que>
uai, o poema tem a resposta, poeta.
nem tudo se desfaz em chuva.
beijão,
R.
"mas é filme árduo de lamentos longos...". A poesia é sempre um lamento longo, um suspiro.
Abração,
de torar
abraço
a palavra precipitada
é chuva
é poesia antes do poema
abs mano
que chova palavra
além de perguntas e respostas
abs
JC
no belo da flor
- que é delicado -
morrer na chuva
abs mestre
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