sábado
Disfarce
chegou em timidade
logo encontrou lugar
ocupou-se de mim
entornou tormentos
fúria desterramento
tremendo mundos
refugiado em guerras de auto massacre
dias cinzas noites vermelhas
- bom dia na cama?
em sua paz conscientemente renunciada
falsa - olhar indulgente
esta imagem pesadelar
não quero
seu comezinho amar desamar
não quero
presença desavinda
atire
afaste a face e seu disfarce
- boa noite
para sempre
Ondas de Amor
no balanço traçado das marcas
- memórias lombares
verta-te neste mar anarco que jorras
ceda-me em ondas em ecos
lança-te barca sem rotas
a guiar-me pelos marcos do amor
convindo amor
Ela
suaviza memórias melancolias
metaforiza boca
palavra baton
vazios de amor laqueados
ruiva mecha
ondula
engana
interroga delícias intraduzíveis
entardeceres penteados
cheiro de creme blush
delineia distâncias ausências
elegâncias
desdenhos falseados
arca sobrancelhas
pontua rímel
e se exclama derretida em lágrima
Sujeitos Ocultos
![]() |
"Estudos" - Paulo Vieira |
palavra mil pulsos
repuxo de boca
repulsa aguçada na língua
ferino fio que se confiou em silêncio em segredo
todos de mim tremem
temem ocuparem-se das dores desejadas
das ausências de que se poderia gostar
não
não dispõem de gostares os sujeitos ocultos na poesia
que só excita almas em seu reverso corpo adstringente
ergam-se
imponham-se ao grave da voz
resignada a designar-se
a condenar-se a engolir o seco das palavras
e em cada uma delas mil confissões covardias coragens
a atirarem-se ao abismo
poema em alta voz
que se desmancha ao de c l a m a r - s e
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