sábado

Sujeitos Ocultos

"Estudos" - Paulo Vieira

palavra mil pulsos 
     repuxo de boca 
     repulsa aguçada na língua 
ferino fio que se confiou em silêncio em segredo 

todos de mim tremem 
temem ocuparem-se das dores desejadas 
das ausências de que se poderia gostar 

     não 
   não dispõem de gostares os sujeitos ocultos na poesia 
 que só excita almas em seu reverso corpo adstringente 

ergam-se 
  imponham-se ao grave da voz 
    resignada a designar-se 
      a condenar-se a engolir o seco das palavras 

e em cada uma delas mil confissões covardias coragens
a atirarem-se ao abismo 

        poema em alta voz 
que se desmancha ao de c l a m  a   r -   s    e

10 comentários:

Anônimo disse...

Belíssimos versos!!!!

As palavras são poderosíssimas!!!

:)

paulo vieira disse...

muito bom pizano!

na vinha do verso disse...

Gislane,

na falta de habilidade para declamar poemas
pensei num com poderes para declamar-se
e
como numa mensagem para 007
destruir-se
palavra em palavra

abs

na vinha do verso disse...

obrigado Veira
mas, bom mesmo é seu estudo sobre nós e nossas personas

desencontradas e ocas

ocultas em si mesmas

é dez

Unknown disse...

o poema se esvai no silvo da fala, fio a fio


abraço

Primeira Pessoa disse...

poema em voz alta, como um mantra.
poema em voz alta, oração.

beijão, marquinho.

na vinha do verso disse...

reverberando
se cumpre
ecoando abismos

abs Assis

na vinha do verso disse...

poema
altruísta e solidário
por ser
altivo e suicidário

abração Beto

Anônimo disse...

Nossa, Pizano! Você e essa sua poesia voraz, de se roer até o caroço; perfeita a disposição da última
Pa l a v r a!

Beijo!

na vinha do verso disse...

oi Adri

é poema a nos berrar
(co)roendo as palavras

evocando nossas pessoas ocultas
nas mesmas palavras

abração