sexta-feira

Lugar Algum


Viveu meio século só de ida
Num relance, sentiu o tempo
Chicotear a carne curtida

Agora é vida desconstruída
Sal de lágrima, som de lamúria
Em ruga laceradamente doída

Urrou a quase perder fôlego
Encarou a feroz vera refletida
E levantou-se de novo

Num átimo de lucidez bizarra
Riu da imagem que do tempo zombara
E viu porque todo espelho é lugar algum

4 comentários:

na vinha do verso disse...

Este quero comentar. O Fouad me pediu uma foto bacana para por no Tertulia. Aí garrô! Vi albuns antigos, meu banco de imagens, nada. Ele também me pediu um texto de apresentação. Escrevi e... caiu a ficha. Cairam 50 anos. Pô, num vai ter foto bacana. Bom, pedi ajuda à Fernanda, boa amiga, que fez uma comigo sorrindo. Claro, a foto não ficou boa, mas a idéia dela ficou. Este poeminha é do Fouad e da Fernanda. Que venham mais 50!!!

Anônimo disse...

Caramba Piza!

Se só deu pedir uma foto e uma minibiografia, você fez um poema desses, da próxima vez eu vou pedir RG, CPF, contra-cheque, certidão de nascimento... rs
só vou deixar o imposto de renda de lado porque não há poesia que resista! rsrs
Ou a gente surfa nas ondas do tempo ou ele nos engole feito um tsunami.

Valeu amigo.
Aquele abraço de quem já virou fã das suas letras!

Maria Paula Alvim disse...

todo espelho é lugar comum pq ele reflete mais de um: o que, de fora, escarnece do tempo e o que lá dentro se enternece por você.
Bonito poema, tocante mesmo. E parabéns: jubilar não é pra qualquer um, não.
Abraço, bom fim de semana

na vinha do verso disse...

ô Maria Paula... que maravilha!
(o lado de dentro do espelho)
seus comentários presenteiam a gente

muito obrigado viu

abs