sexta-feira

Poema irrigado



chova uma palavra 
que granize esfole corte 

ventile única palavra 
que mude falas cegue bengalas 
 inflame e zangue terçol 
derreta sol em sangue 

raie a palavra 
marreta constructa 
trova(ão) de rima surda 
que urda mínima greta 
discreta quase secreta 

por onde a dor supure 
arrepele depure aclimate 

que nela me mate me enterre 
me replante 
para adiante 
adubar o que fica da poesia

Poema publicado na Tertúlia Pão de Queijo.

8 comentários:

Kenia Santos disse...

Eita que coisa bonita. Será que um dia eu vou brincar assim com as palavras e elas vão virar poesia?

(Ainda tenho que tirar água de pedra até poder fazer isso!)

Beijo sempre carinhoso.

na vinha do verso disse...

oi Kenia
você tira sereno das pedras
você é leve e brilhante

bom ter você aqui comigo
abs mana

Anônimo disse...

Eis a perfeição! A palavra é poderosa e você a usa com maestria...

Um poema irrigadíssimo!!!

Beijão!

Unknown disse...

Excelente!

Marcos, a palavra é astuta. Quando se aconchega em poetas como você, não tem vento, nem trovão que a derrube.

Vai ficar sempre à espreita da poesia que sabe que vai brotar.

LINDO DEMAIS!

Beijos

Mirze

Daniela Delias disse...

Aqui a tua palavra fez tudo isso: arranhou, esfolou, cortou...fez chover rs...

Poema lindo.

Beijão!

na vinha do verso disse...

tem razão
há uma aura de magia
a palavra é poderosa
a serviço da poesia

abs Adriana

na vinha do verso disse...

Mirze
ela brota sim, soberana
a palavra natureza
natureza humana

abs mana

na vinha do verso disse...

ela fere e cura
não necessariamente nesta ordem

bom tê-la aqui Daniela
abração