terça-feira

O absinto de Saturno


Ainda vida com o Absinto, por Vincent van Gogh


ao deus que veio do medo
oro pernas em fuga
       mãos diluídas no escuro em que durmo

que diz de mim o coração amputado?

- como a música que dança o ouvido de Beethoven
  o absinto em que bóia a orelha de Van Gogh
  a cantiga moleca que agoniza Portinari

onde vela-me este amor extirpado?

- no prata no verde no branco no amarelo
  no belo estripado de chumbo noturno
  na morte que adoça vinho

assim sinto
assim tu és

foice de saturno

   

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