domingo

Amor, doce gole

vento de salina desértica nos olhos
com avidez de alma em sequidão
- há muito o amor se fez descolorir
  deixou de respirar vida

mas ele é surpreendente bebida
irriga a si próprio
brota longa haste de qualquer chão
faz sorrir ácidos lábios
ergue-se irrompendo a mais biliar solidão

dança dunas áridas
arromba grades
picha muros
sobe pelas paredes


quando menos se espera
nos acorda
suavemente 
ao dorso se lança
exalando aromas amorosos
lacrimejando sutis prazeres
e de sangue tinge a borda

que melhor palavra escreveria na tua boca
 a derramar-se adentro já no primeiro gole de vinho?

teu nome, meu amor

meu docinho

  

Nenhum comentário: